quinta-feira, 24 de abril de 2014

eu Poemeio, mas você Poesia...

                    Poesia e Prosa

Pode-se escrever em prosa ou em verso.

Quando se escreve em prosa, a gente enche a
linha do caderno até o fim, antes de passar
para a outra linha.

E assim por diante até o final da página.

Em poesia não: a gente muda de linha antes do
 fim, deixando um espaço em branco antes de ir
para a linha seguinte.

Essas linhas incompletas se chamam versos.

Acho que o espaço em branco é para o leitor
poder ficar pensando.

Pensando bem no que o poeta acabou de dizer.

Algumas vezes, lendo um verso, a gente tem de
voltar aos versos de trás para entender
melhor o que ele quis dizer.

Principalmente quando há uma rima, isto é,
uma palavra com o mesmo som de outra lida há pouco.

Então a gente vai procurá-la para ver se é
A prosa é como um trem, vai sempre em frente.
A poesia é como o pêndulo dos relógios de
parede de antigamente, que ficava balançando
de um lado para o outro.
Embora balançasse sempre no mesmo lugar, o
 pêndulo não marcava sempre a mesma hora.
Avançava de minuto a minuto, registrando a
passagem das horas: 1, 2, 3, até 12.

Também a poesia vai marcando, na passagem            da
vida, cada minuto importante dela.
De tanto ir e vir de um verso a outro, de uma
rima a outra, a gente acaba decorando um
poema e guardando na memória.

E quando vê acontecer alguma coisa parecida
com um poema que já leu, a gente logo se
recorda dele.

Geralmente a prosa entra por um ouvido e sai
pelo outro.

A poesia não: entra pelo ouvido e fica no
 coração. 
   José Paulo Paes.

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