EU PASSEI UM DIA INTEIRO
pra
fazer essa modinha,
você
chega e vem dizer
que
a modinha não é minha!
A
modinha é minha sim,
quem
não sabe vai saber,
não
tem como duvidar
vou
provar por a mais b.
Veja
só o jeito dela:
coitada
desajeitada,
confusa,
destramelada,
capenga,
desengonçada.
Basta
olhar pra cara dela:
disforme,
deselegante,
quadrada,
mal-ajambrada,
mixórdia
marca-barbante.
Rima
pobre, manquitola,
arremedo
incompetente,
tentativa
que não cola,
só
amola simplesmente.
Sem
assunto, sem idéia,
banal,
batida, bisonha,
lengalenga,
logorréia
sem
sentido, sem-vergonha.
Tal
bagulho é uma besteira,
é
tolice atrapalhada,
é
só bobice e burrada,
de
poesia não tem nada.
Vou
parando por aqui,
já
chega de picuinha.
Quero
ver alguém dizer
que
a modinha não é minha.
(Ricardo
Azevedo – “Se eu fosse aquilo”- Para Gostar de Ler, Ática, 2006)
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