quinta-feira, 4 de setembro de 2014

eu Poemeio, mas você Poesia 4/9

Atenção! Compro gavetas,
compro armários,
cômodas e baús.

Preciso guardar minha infância,
os jogos de amarelinha,
os segredos que me contaram
lá no fundo do quintal.

Preciso guardar minhas lembranças,
as viagens que não fiz,
ciranda, cirandinha e
o gosto de aventura
que havia nas manhãs.

Preciso guardar meus talismãs,
o anel que tu me destes
o amor que tu me tinhas e
as histórias que eu vivi.



Menina apaixonada oferece
um coração cheio de vento
onde quem quiser pode soprar
três sementes de sonho.
O coração da menina
ilumina as noites escuras
como se fosse um farol.
É um coração como  todos outros:
às vezes diz sim
às vezes diz não
às vezes diz sim
às vezes diz não
e tem sempre uma enorme
fome de sol.



Procura-se vivo ou morto
um sapo de estimação
que morava no jardim em frente.

Puxa vida! Era um sapo tão sabido
que até piscava o olho pra gente.
Mas o jardim acabou,
virou super-mercado,
e o sapo, coitado...
Será que alguém come sapo enlatado?



Procura-se algum lugar no planeta
onde a vida seja sempre uma festa
onde o homem não mate
nem bicho nem homem
e deixe em paz
as árvores na floresta.

Procura-se algum lugar no planeta
onde a vida seja sempre uma dança
e mesmo as pessoas mais graves
tenham no rosto um olhar de criança.



Troco um fusca branco
por um cavalo cor de vento
um cavalo mais veloz que o pensamento.
Quero que ele me leve  para bem longe
e que galope ao deus-dará
que já me cansei deste engarrafamento...


Roseana Murray


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